quinta-feira, 21 de março de 2013

i believe on you: capitulo 7

i believe on you 

Você tem um coração de ouro, é perfeitamente original.E quando eu vejo esse rosto Eu tentaria de mil maneiras, Eu faria qualquer coisa, para te fazer sorrir

O Sol já estava se pondo a nossa frente, enquanto Justin e eu riamos e dividíamos um pacote de doces e um cobertor, que mesmo sendo grosso, ainda nos permitia sentir o vento gelado.
– Sabe você ainda não me explicou por que trocou o calor brasileiro pelo frio canadense.
– Foi contra a minha vontade. É complicado...
– Como assim? - Ele franziu o cenho um pouco confuso. Eu sinto que posso confiar nele, e estava precisando desabafar com alguém. Respirei bem fundo e fechei os olhos, me preparando para começar a narrar o pior momento da minha vida.
– Há alguns meses... – percebendo que eu estava tensa, ele me cortou.
– Não precisa falar se não quiser. Eu entendo... Sei que existem coisas que preferimos guardar para nós mesmos. Mas quero que saiba que quando você quiser desabafar, pode confiar em mim. Apesar da gente se conhecer a apenas duas semanas e...
– Eu confio em você. – ditas essa palavras, ele abriu um sorriso de orelha a orelha e assentiu para que eu continuasse.
– Há três semanas, minha mãe me deixou. – Fiz uma pausa tentando segurar as lágrimas, e senti sua mão acariciar meu braço - Ela tinha câncer, e como não tenho família no Brasil, fui obrigada a vir morar com meu pai e deixar toda a vida que tinha construído para trás. O único problema, é que ele nunca se importou comigo.
A essa altura já sentia as milhares de lágrimas rolarem por minha face. Não tinha o que fazer, simplesmente não conseguia controla-las, e eu estava me sentindo bem em libertar essa angustia.
– E quando eu cheguei lá, ele não demonstrou sequer um pouco de compaixão por mim, e rapidamente, me mandou para esse colégio interno pra ficar o mais longe possível dele. Ele ainda nem sequer me ligou pra perguntar se me dei bem com a escola, como as coisas estão indo, se eu estou com saudade da minha mãe... Nada. Sabia que ele esqueceu meu nome? - Perguntei indignada para Justin, que apenas riu. Revirei os olhos e continuei - Depois que minha mãe se foi, ela levou uma grande parte de mim junto com ela. – Há essa altura, meus soluços já estavam incontroláveis. Ele simplesmente me aninhou em seus braços e acariciou minha cabeça, sem dizer uma única palavra - Mas até teve um lado bom. Eu encontrei as melhores pessoas do mundo aqui. Eu fiz amigos... E sinto que são para sempre.
– Eu nunca vou te deixar Lo. Sempre vou estar aqui para fazer você rir, te consolar quando chorar, e serei todo ouvido quando precisar desabafar. E pra te dar carinho. Seu pai é um idiota por não querer aproveitar cada segundo ao lado da filha maravilhosa que tem e não sabe o que está perdendo- Ele sorriu e uma lagrima caiu de seus olhos. Em instinto eu a sequei com um leve toque em suas bochechas macias - Minha vida também não foi fácil. Todos acham que só por que sou capitão do time de basquete, ando sempre rindo, feliz, esta tudo bem... Mas as aparências enganam. – Ele abaixou a cabeça, mas pude perceber algumas lágrimas caírem de seus olhos.
– Como assim? - me endireitei ao seu lado. Agora estávamos invertendo os papéis.
– Meus pais são separados, e eu sempre morei com minha mãe. Ela me teve muito jovem, então lutou e sofreu muito para me criar e me dar uma vida confortável. Meu pai vinha me ver sempre que podia, mas nunca foi um pai presente, entende? - eu assenti, mesmo percebendo que era mais uma pergunta para ele mesmo do que para mim. - Então quando eu tinha uns 12 anos, ele insistiu para que eu fosse morar com ele e sua nova esposa. Eu não quis ir, e me revoltei e briguei feio com ele. Só nos falamos raramente por causa dos meus irmãos. -Ele riu carinhosamente e eu me lembrei das pequenas crianças que estavam em seu plano de fundo do celular - Ai ele achou esse colégio interno e falou pra minha mãe que se ela não me colocasse aqui ele iria me tirar dela pra me dar uma educação e uma vida que ela jamais poderia me dar. - e mais e mais lagrimas rolavam e seus pequenos soluços se tornaram perceptíveis- Só o Ryan e o Chaz sabem e agora você.
E agora foi minha vez de puxar ele para os meus colo e acariciar seus lindos cabelos dourados. Ficamos lá, os dois chorando nossas magoas passadas, juntos, por um longo tempo, nos livrando de pesos que éramos obrigados a carregar sem saber como.
Um longo silencio segui, um silencio de conforto para ambas as partes. Eu ainda afagava a cabeça de Justin, que por sua vez, brincava com a ponta de meus cabelos.
– Sabia que você é a primeira pessoa que trago aqui?
– Nossa quanta honra.
– E também é a primeira garota que entra no meu carro.
– Eu sou muito importante.
– É mesmo.
– Espere aqui – disse enquanto me levantava de cabeça baixa, numa tentativa falha de esconder minha vergonha.
–Onde você vai? – ele levantou a cabeça e me encarou, surpreso.
– Me jogar desse penhasco.
– O que? Por quê? Ficou louca? – disse se levantando rapidamente e envolvendo seus braços em torno da minha cintura.
Foi ai que percebi, que Justin Johnson, não seria apenas mais um rostinho bonito que passaria pela minha vida sem deixar rastros. Seria alguém muito mais especial do que isso.
POV JUSTIN
E foi ali, com Lorena nos braços, que eu tive a certeza de que minha vida estava prestes a mudar por causa daquela garota. Aquela menina doce, linda, sensível e louca, que era a única que me entendia. Uma sensação muito maior do que eu possa explicar...
Por volta das 19h, resolvemos ir embora, com a cara ainda inchada, historias reveladas, gargalhadas na memória e tudo mais. Recolhemos nossas coisas e entramos em meu carro, indo em direção a escola e cantando – na verdade berrando- todas as musicas que tocavam nas rádios.
–Você canta muito bem shawty.
–Você também Drew.
–Não devia ter te contado meu nome do meio...
–Por que? É bonitinho... – Lorena estava morrendo de rir no banco, me fazendo rir junto.
–Tá bom então... Mary. – A olhei, enquanto lhe chamava também pelo nome do meio, que descobri que ela odiava.
–Ta legal, parei!- ela disse levantando as mãos, em sinal de redenção, enquanto eu ria descontroladamente. – Então eu preciso encontrar algum apelido pra você...
- Kidrauhl.
–Kid...o que? – ela perguntou arqueando uma das sobrancelhas, e eu ri de sua cara.
–Kidrauhl. Meu apelido quando eu era criança.
–Tá ai... Gostei. Kidrauhl e shawty.
Conversamos mais um pouco e chegamos a escola. Levei Lorena até seu dormitório e fui quase que correndo em direção ao meu, mais especificamente, minha cama. Onde eu encontro um Chaz me encarando.
–Isso lá são horas de chegar mocinho? - Ele fez uma cara de malicioso e caímos na gargalhada. Era incrível como Chaz conseguia me fazer rir feito doido com apenas alguns segundos e uma troca de olhares.

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