domingo, 10 de março de 2013

i believe on you: capitulo 3

                

        I Believe On You 

mas afinal um grande amor começa com uma grande amizade 


Justin me ajudou a encontrar meu armário, que coincidentemente ficava ao lado do dele. Enquanto andávamos lado a lado, era impossível não notar os olhares dos alunos ao redor sobre nós. Tem alguma coisa de errado com a minha roupa?

– Ainda temos... - disse enquanto checava seu relógio- oito minutos. Vem, sente aqui.

Sentamos num banco que ficava no meio do corredor, próximo aos armários. As pessoas – principalmente as garotas- continuavam nos olhando, e eu não estava entendendo. Já disse que sou meio lerda.

–Onde você aprendeu a falar inglês tão bem?

–Bom, meu pai é canadense, e quando eu tinha treze anos, fiz um intercambio de um ano para Londres, na casa de meu primo. – Disse me recordando dos amigos que fiz lá. Há muito tempo não conversava com eles.

–Huum....Londres. Lá é legal, mas você prefere o Brasil certo?

–Com toda certeza!

–Como era sua vida lá?- esse assunto novamente. Segure as lágrimas Lorena. Felizmente o sinal tocou, e tivemos que ir para a sala. - Deixe quieto. Vamos para a sala. O Sr. Domingos não tolera atrasos.

Ele se levantou e saiu andando em direção a uma porta azul, próxima ao bebedouro. Logo me levantei e o segui. Assim que entrei na sala, todos os olhares se direcionaram para mim. Os meninos me olhavam atrevidamente dos pés a cabeça, enquanto as meninas se dividiam em raiva e indiferença. Procurei um lugar vago, e encontrei um á duas mesas de distancia de Justin, que estava conversando com seus amigos, mas assim que me viu, abriu um sorriso.

Sentei-me e tinha como “dupla” uma garota com 10kg de maquiagem no rosto, peguei meus livros, enquanto esperava o professor chegar. Não demorou muito, e a turma de acalmou assim que um homem louro e um pouco acima do peso entrou na sala. Colocou seus livros sobre a mesa e encarou a sala. Seu olhar percorreu de um canto ao outro enquanto alguns alunos ainda se ajeitavam, e então estacionou em mim, e junto com ele, toda a sala me encarou novamente, enquanto ouvia Justin rir baixinho.

–Vejo que temos uma carinha nova por aqui. – disse ele caminhando em minha direção- Você deve ser Lorena Parker, certo? - Assenti muito envergonhada. – É muito bom recebe-la Srta. Parker. Esperamos que se sinta em casa.

–Obrigada professor.

–Por nada. E como teremos prova em duas semanas, vou designar um de nossos melhores alunos para te ajudar... Sr. Bieber creio que não se importaria em ajudar essa bela moça, estou certo?

–Claro professor, com o maior prazer!- disse Justin enquanto piscava para mim.

Ele se levantou e trocou de lugar com a garota que estava ao meu lado – que não pareceu muito feliz- e me ajudou com a matéria, que era bem complicada. Na verdade, ele ficava me cutucando, fazendo graça e puxando assunto, o que fez com que o professor nos olhasse de um modo repreensor várias vezes.

Após duas aulas seguidas de biologia, tivemos aula de geografia, com a Sra. Nora e de física, com o Sr. Darwin. Em todas as aulas, os professores repetiram o ato do Sr. Domingos, pedindo para Justin me ajudar. Ele deve ser um excelente aluno.

Finalmente o sinal bateu anunciando que era hora do almoço. Todos os alunos saíram rapidamente de suas salas, congestionando o enorme corredor da escola. No meio da multidão me perdi de Justin, e quando cheguei ao refeitório, percebi que não o encontraria tão cedo. O lugar era imensamente grande e estava lotado de alunos por todos os cantos.

Fiz meu prato e sai em busca da mesa mais vazia, o que era impossível, já que todas as mesas já estavam ocupadas. Bem no centro do refeitório havia uma mesa com apenas quatro pessoas, era a menos ocupada então decidi ir me sentar lá.

–Olá!- disse para as pessoas que estavam na mesa.

–Oi! Acho que nunca te vi por aqui... Você deve ser a Lorena Parker, certo?- perguntou uma garota ruiva.

–Sou sim... É, será que eu poderia me sentar com vocês? Me perdi da única pessoa que conhecia e bem, não vou encontra-lo tão cedo.

–Claro, aliás me chamo Anne e essas são Quin, April e esse é Becky.- disse Anne
apontando para todos à mesa. Espera, Anne, Anne.... Onde eu ouvi esse nome?

– Por acaso você está no dormitório 306? – perguntei para Anne, me lembrando dos pôsteres e de seu nome na parede.

–Sim!!! Você deve ser minha nova colega de quarto!- Anne parecia empolgada com a minha companhia, e aquilo me fez feliz.

–Acho que sim.

Ótimo, primeiro dia de aula e estou indo bem. Durante o almoço fiquei conversando com Anne, Quin, April e Becky. Eles eram muito legais e percebi que nos daríamos muito bem. Anne e Becky- que era irmão de Quin- estavam na minha classe. Estávamos comentando sobre o que faríamos depois das aulas, quando sou surpreendida.

– E você Lorena, se inscreveu em quais cursos extracurriculares?- perguntou April.

–Bem... Em nenhum, ainda. Não sabia que aqui tinha isso. – disse balançando os ombros, enquanto dava garfadas em meu macarrão. - Que tipo de cursos tem aqui?

– Todas que você imaginar! Teatro, música, dança, artes plásticas, esportes, xadrez, leitura, design e costura, robótica, preparatório, produção de texto, desenho, informática,
espanhol, português, francês, italiano, líder de torc...

–Ok Quin, já entendemos que são muitos cursos. – disse Becky cortando a enorme lista de sua irmã e fazendo todos da mesa rirem.

–Bom, depois da aula vou pensar em quais vou entrar.

Assim que disse isso, o sinal tocou e todos os alunos se levantaram e voltaram para suas devidas sala para as ultimas três aulas do dia. Enquanto andava, procurava qualquer sinal de Justin, mas não o avistei em lugar algum. Cheguei na sala com a ajuda de Becky e Anne, que se sentaram juntos e longe de minha mesa. Enquanto esperava Justin aparecer, fiquei pensando nos cursos, eram muitas opções e eu queria aproveitar todas.

Fui interrompida de meus devaneios quando ouço uma voz rouca vinda da frente da sala. Levanto a cabeça rapidamente a cabeça em sua direção para me certificar de que não o confundira. Nossos olhares e cruzaram por instantes, e ele me mandou uma piscadela junto com um “Já vou”. Aquilo me constrangeu um tanto, que senti minhas bochechas queimarem e imediatamente abaixei a cabeça, ouvindo sua doce e rouca risada ficando cada vez mais próxima.
–Onde você esteve o almoço todo?
–Como o meu mapa me abandonou, fui obrigada a encontrar outra pessoa que quisesse me ajudar.
–Me desculpe.
–Sem problemas. Teve um lado positivo: conheci minha colega de quarto que, a proposito, o senhor se esqueceu de me avisar que ela existia...
–Me desculpe- disse enquanto coçava a nuca- de novo... Cara eu sou um péssimo guia!
– Pelo bem do turismo, não siga essa carreira!!!
–Não precisa dizer duas vezes! Aliás, quem é sua colega de quarto?
– Anne... – disse enquanto apontava à figura ruiva próxima a janela.
–Oh, a Anne. Ela é legal. Só é meio doida.
–Isso eu percebi. – disse enquanto acenava para Anne e Becky.
–Me desculpe senhora sabe-tudo! O que mais descobriu sem minha ajuda?
–Que temos cursos extracurriculares.
–Putz, como me esqueci disso?! – Justin lamentou, indignado enquanto batia na própria testa. – E você já se matriculou em algum?
–Ainda não... Estou em dúvida, são tantas opções.
–Quer ajuda? Acho que você daria uma bela líder de torcida, e também passaríamos mais tempo juntos se fizesse musica, teatro, dança...
–Hey, quem disse que eu quero passar mais tempo com você? – disse o cortando e fingindo indignação.
–Há, desculpe, é que eu achei que fossemos amigos agora... – ele disse enquanto fazia uma carinha triste.
–Calma, eu só estou brincando! Seria ótimo passar mais tempo com você. – nesse momento, um lindo sorriso surgiu em sua face, e eu quase me derreti - o que acha de depois dessas aulas você for comigo me ajudar a fazer as matriculas e encontrar onde as garotas pegam essa calça jeans porque eu não gostei muito dessa “ saia” – disse fazendo aspas com as mãos. Aquilo mais parecia um... um... há sei lá, só sei que não parecia uma saia.
–Sinceramente, eu prefiro você de saia.
–Tarado!
–Sincero, é diferente. - Acho que não preciso falar que quase entrei em baixo da mesa depois dessa. Que vergonha, meu Deus.
–Que bonitinha! Esta toda vermelhinha! – disse enquanto apertava minhas bochechas.
–Para seu chato!
–Haa, agora está bravinha! Você é muito fofa garota. – Ok, posso morrer agora? Não? Então tá...

Um comentário: